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Documentário inédito: Kristallnacht 70 anos (A Noite das Vidraças Quebradas). produzido pelo Departamento de Comunicação da FIERJ - Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, fruto de dois anos de pesquisas de imagens e digitalização, reunindo um número sem precedentes de imagens dos dias 9, 10 e 11 de novembro de 1938, mais de10 minutos de fotos e filmes, pemitindo ter uma nova leitura sobre o que aconteceu com nossos irmãos na Alemanha, Áustria e Tchecoslováquia. Em geral tudo o que se encontra sobre a Kristallnacht se resume a uma ou outra foto bem "batida" e algumas linhas de texto e narração, como se fora um episódio menor na história da Shoá, (Holocausto) e não a marca trágica de seu início. Mas aqui, Você verá um grande número de sinagogas atacadas, agora identificadas por nome ou localização, além de imagens impressionantes de milhares de homens judeus presos no dia 10, e a inequívoca primeira página do New York Times do dia 11 mostrando a tragédia em Viena. Uma das nossas características como povo é não permitir o esquecimento.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

PAZ AGORA NA FRANÇA

PAZ AGORA NA FRANÇA

Eles não compreendem que a fúria e o ódio suscitados pelas imagens dessas vítimas civis, no mundo e em particular no mundo muçulmano, são muito mais ameaçadoras para a segurança de Israel do que todos os mísseis do Hamas juntos?


Sair do Lodaçal de Gaza

DAVID CHEMLA - La Paix Maintenant 08|01|09

- traduzido por Cláudia Storch para o PAZ AGORA|BR

Israel deveria ter-se lançado nesta guerra? A situação nas cidades do sul do país era impossível de suportar depois que o Hamas pôs fim à trégua. Não acredito que a França teria deixado as cidades da Alsácia serem bombardeadas pela Alemanha ou que os Estados Unidos teriam permitido que o Texas fosse bombardeado pelo México em circunstâncias semelhantes.

Diante da opinião pública israelense, principalmente a poucas semanas das eleições, o governo israelense precisava reagir. É por esta razão que um grande consenso apoiou o início desta guerra. Além de que ela foi sustentada tacitamente pelos países árabes pró-ocidentais, destacando-se o Egito, interessado no enfraquecimento do Hamas que, não esqueçamos, é aliado da Irmandade Muçulmana, inimiga do regime de Mubarak.

Esse consenso começou a ruir com a deflagração da operação terrestre. O debate já dividia o campo da paz, no princípio do conflito, entre a necessidade de reagir aos bombardeios das cidades do sul e o receio de ver Israel cair em uma armadilha análoga àquela de 2006 no Líbano, onde uma relativa vitória militar foi rapidamente transformada em uma derrota política e midiática. Nas guerras assimétricas, como essa conduzida pelos palestinos, a guerra das imagens é mais importante que aquilo que se desenrola em terra. E, qualquer que seja a seqüência dos eventos, desde já Israel perdeu essa guerra. O bloqueio imposto aos jornalistas estrangeiros para entrar em Gaza deixa somente aos jornalistas locais a possibilidade de trabalhar in loco, fazendo com que por vezes sejam misturadas outras imagens às da guerra atual [a “France 2” reconheceu ter utilizado imagens tiradas em 2005 após um "acidente de trabalho palestino", quanto uma explosão causou a morte de civis].

Quatro episódios dramáticos, ocorridos em 5 e 6 de janeiro, ilustram as condições e os limites em que se desenrola a guerra em Gaza, provavelmente impedindo os dirigentes israelenses de alcançar os objetivos políticos e militares que estabeleceram.

O primeiro evento, o mais marcante daquele dia, freqüentemente reprisado pelas mídias, é a morte de cerca de quarenta civis palestinos por um tiro de um tanque israelense, que teria respondido, conforme o EDI a morteiros dsparados pelo Hamas de dentro de uma escola da ONU que abrigava civis. O segundo aconteceu quando um palestino, munido de um cinto de explosivos, jogou-se sobre um soldado ferido em um abraço mortal. O terceiro é a morte por “fogo amigo” de 4 soldados israelenses no curso dos combates. O último, felizmente sem vítimas, produziu-se quando, após ter passado a noite com sua unidade em uma escola abandonada, um soldado descobriu que a construção estava completamente minada e que por milagre nenhum dos soldados presentes havia acionado a carga de dinamite.

Esses quatro exemplos, com diferentes conseqüências dramáticas, são a prova de que não adianta culpar o exército pelo desenrolar dessa operação, mas principalmente o escalão político que lhe confiou essa missão. Segundo os próprios comentaristas militares israelenses, tal como relatam na mídia, a ordem de prioridade que os militares seguem é a seguinte: 1. Proteger os soldados em ação. A experiência da guerra de 2006 mostrou que o apoio da população israelense à política do seu governo é inversamente proporcional ao número de vítimas civis e militares causadas pelo conflito. Além de um certo limiar, a opinião corre o risco de oscilar, impedindo o exército de atingir seus objetivos. 2. Limitar, e se possível fazer cessar, os tiros sobre as cidades israelenses, destruindo os estoques de mísseis armazenados pelo Hamas nos últimos anos, erradicando assim sua força. 3. E somente em terceiro lugar, evitar a perda de civis palestinos. Essa terceira priorização potencialmente se opõe à primeira, como mostrou o bombardeio da escola da ONU.

Duvido que algum outro exército teria ordens de prioridade diferentes. O problema reside na equação impossível que é colocada pelo escalão político. Frente a uma organização preparada para conduzir uma guerra no seio de sua própria população civil, e que se coloca voluntariamente como refém, é impossível conduzir uma guerra limpa. Os estrategistas militares, aliás, integraram esses parâmetros antes de provocar o conflito. Eles estimavam, conforme comentaristas militares, em muitas centenas o número de potenciais vítimas civis palestinas. É isso que cria problemas em uma estatística como essa, ela não existe por si só, mas não constituiu um freio suficiente para repelir a decisão de se lançar nessa operação.

Até onde deve chegar o número de vítimas civis para forçar os dirigentes israelenses a procurar outra forma de resolver esse conflito? Eles não compreendem que a fúria e o ódio suscitados pelas imagens dessas vítimas civis, no mundo e em particular no mundo muçulmano, são muito mais ameaçadoras para a segurança de Israel no longo prazo do que todos os mísseis do Hamas juntos?

É urgente que essa guerra seja cessada hoje, o mais rápido possível. Suas conseqüências são catastróficas no que diz respeito aos interesses vitais dos israelenses e palestinos, em busca de uma solução política para o conflito. Mesmo que a infra-estrutura seja destruída e sua direção política enfraquecida, aos olhos da opinião palestina, o Hamas deve sair fortalecido desse conflito. O testemunho publicado ontem no “le Figaro” de Qadura Fares [1], que entrevistei para o “Bâtisseurs de paix” [2], mostra bem o dilema colocado aos líderes do Fatah que, apesar de se oporem à ideologia do Hamas, hoje devem endurecer seu tom para não perder aquilo que lhe resta de crédito nos territórios palestinos ocupados. Faz parte do interesse estratégico dos israelenses fortalecer a posição da Autoridade Palestina e de seu líder Mahmoud Abbas que, ao lhes oferecer uma solução política efetiva e aplicável, é o seu único parceiro confiável.

Nós apoiamos os esforços da comunidade internacional, e particularmente os empreendidos pela França, para impor rapidamente um cessar-fogo e para que este seja acompanhado de medidas de controle para impedir a continuação do contrabando de armas pela fronteira egípcia. Esse cessar-fogo não poderá perdurar sem que, através do Egito ou qualquer outro intermediário, sejam negociadas com o Hamas, que conduzam num primeiro momento à retomada da trégua e o fim do bloqueio de Gaza.

É com seu inimigo de hoje, o Hamas, que Israel deve negociar esta trégua para encontrar uma solução política a um conflito para o qual todo o mundo concorda não existir solução militar. E se o Hamas ainda se recusar a negociar, ele ficará sozinho, aos olhos do mundo e de seu povo, com toda a responsabilidade.

Devemos também todos cuidar para que este conflito não seja novamente importado para a França.

[1] Qadura Fares, ministro da Autoridade Palestina responsável pelos assuntos de prisioneiros, Qadura Fares, é a Marwan Barghouti

[2] Publicado em 2005 pela Editions Liana Levi

(*) DAVID CHEMLA é presidente dos Amigos do PAZ AGORA na França - La Paix Maintenant -http://www.lapaixmaintenant.org/

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Gaza e o Ano Novo - Maestro DANIEL BARENBOIM


Em carta aberta, o maestro israelense Daniel Barenboim diz que Israel não pode nem deve tolerar os constantes ataques contra seus cidadãos.
Mas insiste que esta ofensiva militar representa um castigo coletivo e desumano sobre o povo palestino. E inútil, pois não irá garantir sua segurança...

Gaza e o Ano Novo

DANIEL BARENBOIM (*) - THE GUARDIAN / EL PAIS 01|01|2009

Tenho apenas três desejos para o ano-novo. O primeiro é que o governo de Israel se conscientize, de uma vez por todas, que o conflito no Oriente Médio não pode ser resolvido por meios militares. O segundo é que o Hamas se conscientize que não defenderá seus interesses pela violência, e que Israel está aqui para ficar. O terceiro é que o mundo reconheça que esse conflito não é igual a nenhum outro em toda a História.

É um conflito intricado e sensível, um conflito humano entre dois povos profundamente convencidos de seu direito de viver no mesmo pedaço de terra. É por isso que não poderá ser resolvido nem pela diplomacia nem pelas armas.

Os acontecimentos dos últimos dias são extremamente preocupantes para mim, por várias razões de caráter humano e político.

Embora seja óbvio que Israel tem o direito de se defender, que não pode e não deve tolerar os constantes ataques contra seus cidadãos, os bombardeios brutais sobre Gaza suscitam profundas indagações na minha mente.

MORTES

A primeira é se o governo de Israel tem o direito de considerar todo o povo palestino culpado pelas ações do Hamas. Será que toda a população de Gaza deve ser responsabilizada pelos pecados de uma organização terrorista?

Nós, o povo judeu, deveríamos saber e sentir mais profundamente do que qualquer outro povo que o assassinato de civis inocentes é desumano e inaceitável. Os militares israelenses argumentam, de maneira muito frágil, que a Faixa de Gaza é tão densamente povoada que é impossível evitar a morte de civis.

A debilidade desse argumento me leva a formular outras perguntas. Se as mortes de civis são inevitáveis, qual é a finalidade dos bombardeios? Qual é a lógica, se é que existe alguma, por trás da violência, e o que Israel espera conseguir por meio dela? Se o objetivo da operação é destruir o Hamas, a pergunta mais importante a ser feita é se esse objetivo é viável. Se não é, todo o ataque não só é cruel, bárbaro e repreensível, como também é insensato.

Por outro lado, se for realmente possível destruir o Hamas por meio de operações militares, que reação Israel espera que haja em Gaza depois que isso se concluir? Em Gaza vivem 1,5 milhão de palestinos, que seguramente não cairão de joelhos de repente para reverenciar o poderio do Exército israelense.

Não devemos esquecer que o Hamas, antes de ser eleito, foi encorajado por Israel como tática para enfraquecer o então líder palestino Yasser Arafat. A história recente de Israel me faz acreditar que, se o Hamas for eliminado por meio de bombardeios, outro grupo certamente tomará o seu lugar, um grupo que talvez seja mais radical e mais violento.

VINGANÇA

Israel não pode se permitir uma derrota militar porque teme desaparecer do mapa. No entanto, a história demonstrou que toda vitória militar sempre deixou Israel em uma posição política mais fraca do que a anterior por causa do surgimento de grupos radicais.

Não pretendo subestimar a dificuldade das decisões que o governo israelense precisa tomar a cada dia, nem subestimo a importância da segurança de Israel. Entretanto, continuo convencido de que o único plano viável para a segurança em Israel, no longo prazo, é obter a aceitação de todos os nossos vizinhos.

Desejo para o ano de 2009 a volta da famosa inteligência que foi sempre atribuída aos judeus. Desejo a volta da sabedoria do Rei Salomão para os estrategistas israelenses, a fim de que a usem para compreender que palestinos e israelenses gozam de idênticos direitos humanos.

A violência palestina atormenta os israelenses e não contribui para a causa palestina. A retaliação militar israelense é desumana, imoral e não garante a segurança de Israel. Como disse antes, os destinos dos dois povos estão inextricavelmente ligados e os obriga a viver lado a lado. Eles terão de decidir se querem que isso se torne uma bênção ou uma maldição.

(*) DANIEL BARENBOIM (www.danielbarenboim.com), pianista e maestro, israelense e argentino, é mensageiro da paz da ONU.


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SURPREENDÊ-LOS... COM O CESSAR-FOGO - GADI BALTIANSKI

SURPREENDÊ-LOS... COM O CESSAR-FOGO - GADI BALTIANSKI


No sábado 27 de dezembro de 2008, pegamos o Hamas de surpresa. Só Alá sabe porque eles foram surpreendidos. O que poderiam estar esperando, com efeito, depois de atirar milhares de foguetes sobre os habitantes do sul de Israel? Achavam que pediríamos que atirassem ainda mais foguetes?
Hoje, porém, chegou a hora de surpreendê-los novamente, dessa vez pondo fim às operações. Não por causa deles, por nossa causa. No momento em que essas linhas são escritas, a mídia informa (com a hipocrisia habitual, sem citar nomes) a morte de irmãs de 4 e 11 anos, moradoras de Beit Lahya, ao norte da Faixa de Gaza. Essas duas meninas não "encontraram a morte", tampouco a procuraram. Com certeza foram mortas, não intencionalmente, mas inevitavelmente, pelas bombas atiradas dos aviões. Para os pobres e as crianças de nossas cidades, aqueles de quem se diz que são os que "contam acima de tudo", isso remete a uma única pergunta: a morte das garotas vai fortalecer a segurança das nossas crianças no sul?
Sim ou não?
Pode-se, por exemplo, fazer perguntas sobre os irmãos, os primos, os amigos e os vizinhos das duas irmãs. Eles vão se tornar, a partir de agora, mais moderados, mais partidários da paz? Ou, ao contrário, hoje a lista de terroristas e potenciais atiradores de foguetes vai aumentar ainda mais?
Àqueles que porventura sintam dificuldade de responder, solicita-se que pensem nos efeitos dos atentados terroristas sobre os cidadãos israelenses. Uma decisão israelense de cessar-fogo unilateral provocará dois possíveis efeitos:
ou o Hamas prosseguirá os bombardeios, ou também cessará o fogo.

Na segunda alternativa, a desejável, assistiremos a um esforço diplomático com vistas a alcançar um acordo que responda à necessidade de segurança dos cidadãos israelenses do sul, bem como às condições básicas de vida da população de Gaza.

Caso prevaleça a primeira alternativa, aí Israel se encontrará livre para agir, e dessa vez com maior apoio da comunidade internacional e da opinião pública israelense.

A força, nós já a mostramos. Agora é preciso mostrar um pouco de inteligência. Uma invasão terrestre de Gaza, ou a continuação das mortes, não faz senão aumentar a hostilidade e afastar qualquer chance de alcançar aquilo que constitui um interesse vital para Israel: um acordo de paz com os palestinos.

Os dirigentes do Hamas não são aliados na busca de paz. Mas os habitantes de Gaza são. É por essa razão que é preciso chegar às discussões de paz, e preservar as chances desta, nem que seja pela força. O futuro de Israel não está no estreito campo visual dos binóculos militares; a visão deve servir, acima de tudo, a não se perder de vista o objetivo.
É importante que nosso futuro não seja posto em jogo no dia das eleições, não se resuma a uma ação contra os Qassams e não se defina no QG do Estado-Maior. Nosso objetivo deve ser um Estado que seja nosso e não um Estado bi-nacional.

Devemos aspirar a relações corretas com nossos vizinhos e a uma vida normal para nossos filhos.

A estrada que leva de Gaza a Genebra é longa, mas devemos continuar caminhando. Em primeiro lugar, é preciso buscar todas as possibilidades de cessar-fogo. Em seguida, é preciso seguir a trilha das negociações aceleradas, tendo um acordo como meta. Pois essa é a única maneira de descortinar uma verdadeira segurança.

Na verdade, será nesse momento, e apenas nesse momento, que provaremos que são os nossos filhos que importam acima de tudo.

GADI BALTIANSKI é diretor da ala israelense da ONG Iniciativa de Genebra, que promove acordo redigido por personalidades israelenses e palestinas que acordou em 2002 soluções negociadas para os aspectos mais críticos do conflito. O artigo original foi publicado em 31|12|08 em hebraico e árabe nos jornais Israel Haióm e Al-Ayyam. A versão em português, traduzida pelo PAZ AGORA|BR foi publicada inicialmente no Terra Magazine em 06|01|08.

ISRAEL É PRISIONEIRO DA GUERRA? DAVID GROSSMAN


ISRAEL É PRISIONEIRO DA GUERRA?

DAVID GROSSMAN


Após os pesados ataques a Gaza, Israel faria bem em parar, dirigir-se para os líderes do Hamas e dizer: Até o sábado passado, Israel se conteve e não respondeu aos milhares de Qassam disparados desde a Faixa de Gaza. Agora, vocês já sabem o quão forte pode ser a resposta. Então, para não aumentar a morte e a destruição, iremos unilateralmente cessar nosso fogo completamente pelas próximas 48 horas. Mesmo que atirem contra Israel, não reagiremos com novos combates. Cerraremos nossos dentes, como fizemos no período recente, e não nos deixaremos arrastar a responder com a força.


Mais ainda, convidamos os países interessados, vizinhos próximos e distantes, a mediar um cessar-fogo entre nós e vocês. Se vocês suspenderem os ataques, não reiniciaremos os nossos. Se continuarem atirando enquanto estivermos nos contendo, iremos responder ao final destas 48 horas, mas mesmo então manteremos a porta abertas a negociações para renovar o cessar-fogo, e até para um acordo mais geral e amplo.

É isto o que Israel deveria fazer agora. Será possível, ou estamos todos aprisionados demais pela conhecida cerimônia da guerra?

Até sábado, Israel sob a liderança militar de Ehud Barak mostrou-se notavelmente frio. Não deve perder esta frieza no calor da batalha. Não podemos esquecer, nem por um momento, que os moradores da Faixa de Gaza continuarão sendo nossos vizinhos próximos e que mais cedo ou mais tarde teremos que conseguir relações de boa vizinhança com eles.

De forma alguma deveríamos golpeá-los tão violentamente. Mesmo que o Hamas, por anos, tenha tornado a vida tão intoleravelmente miserável para a gente do sul de Israel, e mesmo que seus líderes tenham recusado qualquer tentativa israelense ou egípcia de alcançar um compromisso para evitar este último incêndio.

A linha do auto-controle e a consciência da obrigação de proteger as vidas dos inocentes em Gaza precisam ser cuidadas mais ainda agora, pois a força de Israel é quase ilimitada. Israel precisa estar constantemente atento para não atravessar as linhas da legitimidade e da eficácia na resposta, cujo objetivo é a dissuasão e a restauração do cessar-fogo. Pois, dali em diante, cairá novamente na conhecida armadilha da espiral da violência.

Os líderes de Israel sabem que, em função da situação na Faixa de Gaza, será muito difícil chegar a uma vitória militar total e inequívoca. A falta de solução pode resultar numa situação ambígua, similar à que já tínhamos: Israel atacará o Hamas, este atacará e será atacado, ficando assim indefinida e involuntariamente prisioneiro de todo tipo de armadilha que tal situação implica. Sem avançar em direção a qualquer objetivo realmente importante.

Israel pode descobrir que, apesar de seu grande poder militar, será incapaz de se ver livre dessa armadilha, de escapar desse redemoinho de violência e destruição.

Portanto, parem! Cessem o fogo! Tentem agir, de uma vez por todas, contra o reflexo condicionado, contra a lógica letal da beligerância.

Sempre existirá a chance de começar a atirar de novo. A guerra, como disse Barak há umas duas semanas, não fugirá. O apoio internacional a Israel não será prejudicado, e até crescerá, se mostrarmos comedimento e convidarmos a comunidade internacional e árabe para intervir e mediar.

É verdade que o Hamas irá então receber um fôlego para se reorganizar. Mas se eles tiveram longos anos para fazê-lo, dois dias a mais não farão grande diferença. E talvez essa trégua possa até mudar a forma como o Hamas responde à situação. Pode até dar-lhe uma saída honrosa da armadilha que eles mesmo se armaram.

E mais um pensamento, inevitável: Se nós tivéssemos adotado esta atitude em julho de 2006, após o Hizbolá ter seqüestrado nossos soldados, se então tivéssemos parado, após nossa primeira resposta, e declarado que iríamos sustar nosso fogo por um dia ou dois, para acalmar as coisas e tentar mediações... talvez a realidade hoje fosse totalmente diferente.

Esta também é uma lição que o governo deveria aprender daquela guerra. Na verdade, poderia ser a lição mais importante.

DAVID GROSSMAN, é premiado escritor israelense e veterano membro do PAZ AGORA.

publicado no Haaretz em 30|12|08

traduzido pelo PAZ AGORA|BR

Os Amigos Brasileiros do PAZ AGORA - PAZ AGORA|BR


Informe PAZ AGORA|BR
10|01|2009
www.pazagora.org

CESSAR-FOGO JÁ!

Os
Amigos Brasileiros do PAZ AGORA - PAZ AGORA|BR manifestam seu apoio à interrupção imediata da ação militar em Gaza, e o restabelecimento de condições humanitárias básicas para a população da Faixa.
A continuação da ofensiva militar israelense é contrária aos melhores interesses do seu próprio povo. Só acrescenta mais ódio, mais perdas civis e mais terror.
Ao mesmo tempo em que defendemos com firmeza que o Estado de Israel deve proteger seus cidadãos, também reafirmamos que a segurança permanente do país só será conseguida através da paz com seus vizinhos, que será obtida por meio de negociações.
Apoiamos todos os esforços diplomáticos que possam levar a um cessar-fogo, especialmente a mediação oferecida pelo governo brasileiro. As gestões do Itamaraty unirão nossas comunidades árabe e judaica - que aqui sempre conviveram em perfeita harmonia - na busca de uma solução justa e pacífica no conflito do Oriente Médio.
Um imediato cessar-fogo é vital para minorar o sofrimento de milhões de seres humanos - israelenses e palestinos - que merecem vidas normais, sem foguetes, sem violência e sem ocupação.

É HORA DE PARAR ! PAZ AGORA !


HOJE - Grande Manifestação do PAZ AGORA
sábado - 10|01
19h30 em frente ao Ministério da Defesa em Tel Aviv

Continuamos convencidos, apesar das ações dos grupos terroristas que pregam a destruição do Estado de Israel, de que a única forma de resolver o conflito na região é através de ações políticas e pela concretização da solução de dois Estados.
As últimas guerras mostraram claramente que é impossível vencer grupos terroristas apenas com o uso de meios militares
.
Mesmo que a guerra contra o Hamas seja justificada, é impossível ignorar a terrível mortandade, destruição e sofrimento que ela vem causando ao povo de Gaza.
Chamamos a população de Israel às ruas para pressionar o governo por um cessar-fogo imediato.
"É Hora de Parar e PENSAR"
[ trechos de folheto que o PAZ AGORA está distribuindo nas ruas de Israel]

Israel respondeu a ataques ao seu território.
A reação foi legítima?
O direito à autodefesa é um direito legítimo do Estado de Israel. A fronteira com a Faixa de Gaza é reconhecida e é responsabilidade do governo que seja possível uma vida segura para todos os seus habitantes. Um ataque militar é correto e apropriado, quando todas outras opções tenham se exaurido.
A atual campanha militar contribui de fato para a segurança do país?

A principal deficiência da operação militar é sua incapacidade de gerar uma calma duradoura. Uma ação militar responde aos problemas imediatos mas, ao contrário de um processo diplomático, não oferece uma solução de longo prazo.
Para trazer uma verdadeira segurança para o Estado de Israel e aos seus moradores do sul, são necessários esforços para uma solução política.
O Hamas pode ser um parceiro?

Qualquer grupo que esteja disposto a conversar com Israel, estará com isto reconhecendo o Estado. Mesmo que neste momento o Hamas não se afigure como parceiro para um acordo de paz, certamente pode ser parceiro para um cessar-fogo. No passado, Israel chegou a um acordo com o Hamas. Não há razão para não faze-lo novamente.
A campanha militar está enfraquecendo o Hamas?

No momento, a capacidade militar do Hamas está enfraquecida, mas é preciso questionar o longo-prazo. O uso da força sobre a população palestina poderá fortalecer o apoio popular ao Hamas. Da mesma forma como em Israel, quando sofremos ataques terroristas ocorre um processo de radicalização de opinião pública. Para enfraquecer o Hamas, precisamos enfatizar a outra alternativa - a racional, moderada.
Então, como podemos conseguir a tranqüilidade no sul do país?

Só um processo político permitirá uma calma duradoura. É hora de solicitar que um grupo externo garanta que o cessar-fogo seja mantido e que permita o início de um processo diplomático.
©
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O “Estatuto do Hamas”

Ano 14 | Edição 1.262 | 11 de janeiro de 2009 | Domingo

O “Estatuto do Hamas”

O “Estatuto do Hamas” foi emitido no dia 18 de agosto de 1988. O documento é um manifesto composto de 36 artigos separados, os quais promovem o objetivo central do Hamas de destruir o Estado de Israel, através da "Jihad" (Guerra Santa Islâmica), como afirma o líder Iman Hasan al-Banna: "Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer a todos aqueles que existiram anteriormente a ele". Abaixo, alguns trechos:

"As chamadas soluções pacíficas para resolver o problema palestino se acham em contradição com os princípios do Movimento de Resistência Islâmica".

"Iniciativas de paz, propostas e conferências internacionais são perda de tempo e uma farsa. O povo palestino é muito importante para que se brinque com seu futuro, seus direitos e seu destino".

"É necessária acurada atenção com as escolas nas quais as meninas muçulmanas são educadas, bem como sobre o currículo, de forma que elas cresçam preparando-se para serem boas mães, conscientes do seu papel na guerra de libertação".

"Não há solução para a questão palestina exceto através da Jihad".

"Em face da usurpação da Palestina pelos judeus, é compulsório que a bandeira da Jihad seja erguida".

"Deixar o círculo de luta contra o sionismo é alta traição".

"O Dia do Juízo não virá até que os muçulmanos lutem contra os judeus (matando-os), quando os judeus se esconderem atrás de árvores e pedras. As pedras e árvores dirão: "Oh muçulmanos, oh Abdula, há um judeu se escondendo atrás de mim, venha e mate-o".

Se desejar ler o estatuto completo, solicite
através do e-mail jornalalef@jornalalef.com.br

Acordamos uma trégua com a mediação do Egito; essa trégua foi violada pelo Hamas

Ano 14 | Edição 1.262 | 11 de janeiro de 2009 | Domingo

Tzipi Livni, ministra das Relações Exteriores de Israel



“Foram feitas todas as tentativas possíveis de
conquistar a calma, sem apelar para o uso da força”

“Os cidadãos israelenses vivem há anos sob a ameaça de ataques diários lançados desde a faixa de Gaza. Até agora, Israel vem tendo uma atitude de contenção. Mas, neste momento, não nos restou outra opção senão o lançamento de uma operação militar. Essa reação se dá no contexto de nosso direito básico à autodefesa”.

“Foram feitas todas as tentativas possíveis de conquistar a calma, sem apelar para o uso da força. Acordamos uma trégua com a mediação do Egito; essa trégua foi violada pelo Hamas, que leva adiante seus ataques a Israel, conserva o soldado seqüestrado Gilad Shalit em seu poder e reforça seu arsenal de armamentos”.

“O Hamas é uma organização terrorista. Seus objetivos consistem em promover a agenda do islamismo fundamentalista que procura negar a paz aos povos da região. Abusa cinicamente de sua população civil e do sofrimento dela. A responsabilidade pelo sofrimento da população civil é do Hamas”.

“Enquanto faz frente à agressão do Hamas, Israel continuará apostando na solução de dois Estados para dois povos e mantém seu compromisso de continuar negociando com as autoridades legítimas do lado palestino e espera contar com a compreensão e o apoio da comunidade internacional, que também enfrenta o fenômeno do terrorismo”.


Nenhum país do mundo poderia aguentar 90 foguetes por dia lançados sobre a sua população.

Ano 14 | Edição 1.262 | 11 de janeiro de 2009 | Domingo

Shimon Peres, presidente israelense

“Estou orgulhoso dos soldados e de seus
comandantes que planejaram esta operação"

"O Hamas é uma organização terrorista assassina e seus membros são pessoas brutais da mais baixa categoria e usam a população civil local como escudos humanos. Estou vendo como eles usam crianças em Gaza e estou chocado: amarrando-as às bombas e usando-as como meio de guerra".

"É a primeira vez na história que um grupo tão extremista, fanático e irresponsável se apodera de um pedaço de terra e transforma-o em uma base para ataques, sem nenhuma razão conhecida ou motivo declarado. Nenhum país do mundo poderia aguentar 90 foguetes por dia lançados sobre a sua população. É inimaginável que um milhão de israelenses viva em abrigos só porque existe um grupo desequilibrado atirando contra nós".

"As pessoas estão unidas hoje em sua determinação e certeza de um modo nunca visto antes. Vimos na televisão soldados com seu equipamento entrando em Gaza: eles carregam em suas costas a história de nosso povo. Os comandantes estão avançando e, através da escuridão, estão tentando ver o futuro. Estou orgulhoso dos soldados e de seus comandantes que planejaram esta operação".

"As Forças de Defesa de Israel estão continuando a operação contra o Hamas, operação esta justificada e correta, cujo objetivo é danificar o governo do Hamas e seu braço militar, fortalecendo a dissuasão, e criando uma situação nova e mais estável de longo prazo para a periferia da Faixa de Gaza. A entrada por terra na Faixa de Gaza tem o propósito de complementar os métodos já usados através de manobras militares e para aprofundar os danos ao Hamas e sua infra-estrutura terrorista. As tropas que fazem parte da operação estão no mais alto nível de preparo e condições para sua missão, já que se prepararam para esta eventualidade durante um longo período de tempo, e passaram por um processo meticuloso de planejamento e preparo".

"O mundo no fim nos agradecerá, pois se deixarmos o Hamas ganhar, ele será incontrolável. Não queremos suas terras ou seus bens. Queremos é que nossos cidadãos possm ser livres. Nunca renunciamos o nosso desejo de paz e nossa vontade de pagar um preço por isto".

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Brasileiros em Israel

"Do lado israelense da fronteira, os brasileiros também enfrentam dias de tensão, mas têm para onde fugir quando sirenes alertam sobre os foguetes disparados pelo Hamas. Nesses momentos, correm até o chamado quarto protegido – um cômodo de concreto, com porta e janela blindadas –, existente na maioria das casas no país. É num desses bunkers domésticos que o mestrando em física Yair Mau, 26 anos, um israelense naturalizado brasileiro, vem passando as noites na cidade de Beer Sheva, a 40 quilômetros de Gaza. “Fizemos do quarto protegido um escritório, onde ficam a mesa de estudos, o computador, etc.”, explica. Durante a entrevista à ISTOÉ, a sirene tocou duas vezes".

"Também em Beer Sheva, a paulistana Tatiana Presch, 26 anos, que faz mestrado em engenharia industrial, conta que já se acostumou a ouvir o alarme: “O que me dá medo é o ‘bum’ dos mísseis. Um desespero.” Ela conta que suas aulas foram canceladas e que passa a maior parte do tempo em casa estudando, vendo tevê e navegando na internet. “O abastecimento da cidade continua normal. Os supermercados criaram um serviço de entregas para evitar que as pessoas saiam de casa.” Nos fins de semana, Tatiana tenta viajar com o namorado, o também paulistano André Hamer, 26, que trabalha na cidade. Ele conta a tensão vivida pelo casal no dia 31 de dezembro: “Por volta das 23h30 ouvimos uma explosão muito forte. A casa toda tremeu e percebemos que um foguete havia caído muito próximo de nós. E, daquela vez, a sirene não funcionou!” A dona-de-casa paulista Maria Heloiza de Almeida Prado, 44 anos, que está morando em Karmiel, ao norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano, fala de seu medo: “A hostilidade dos árabes aumentou muito, mesmo na nossa região, com bandeiras e palavras de morte ao povo judeu.”

Adriana Prado e Maíra Magro Colaborou Camila Pati

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2044/artigo122638-5.htm


FOGUETES DO TERROR

"No decorrer de sua trajetória, o Hamas atacou Israel usando, primeiro, homens-bomba. Depois, passou a disparar contra o território israelense foguetes de fabricação caseira e sem precisão, mas com raio de alcance cada vez maior. Desde o início desta invasão, os disparos provocaram a morte de quatro das 11 vítimas israelenses do conflito – ... ... No cotidiano, porém, os foguetes do Hamas espalham o terror entre os israelenses, obrigados a correr para abrigos a cada soar de alarme. Dos mais de quatro mil foguetes despachados pelo Hamas contra Israel desde 2001, cerca de 500 deles foram lançados nas últimas semanas. E foi justamente o disparo de foguetes contra Israel – após uma trégua negociada de seis meses – que provocou a ..... .... reação de uma das mais bem treinadas e equipadas forças armadas do mundo. A primeira fase da ofensiva foi pelo ar, com sete dias de bombardeio intenso contra a Faixa de Gaza. ... ... “Assim como vegetações e acidentes geográficos dão cobertura às operações militares, a população serve de camuflagem ao Hamas”, lembra Geraldo Cavagnari, do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp"

Fonte:

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2044/artigo122638-4.htm



Hamas (acrônimo de Harakat Al-Muqawama al-Islamia, Movimento de Resistência Islâmica)

Terror e política

"No final de 1987, ... ..., o braço palestino da Irmandade Muçulmana, que até então só se dedicava a atividades assistenciais e ao proselitismo islâmico, resolveu entrar na luta contra Israel. Nascia assim o Hamas (acrônimo de Harakat Al-Muqawama al-Islamia, Movimento de Resistência Islâmica), que pregava simplesmente o fim do Estado de Israel e sua substituição por um Estado palestino islâmico, que ocuparia a área onde hoje estão Israel, Cisjordânia e Gaza. ... ... Em pouco tempo, a serpente saiu do ovo e passou a aterrorizar Israel com sangrentos atentados suicidas contra civis".

"Esses atentados eram uma tática que o Hamas, sunita, copiou do xiita Hizbolá (Partido de Deus), grupo que lutou contra Israel no Líbano. Como o Hizbolá, aliás, o Hamas é um movimento político-assistencial com um braço militar. No papel de médico, o Hamas cuida de hospitais, escolas e creches, o que lhe granjeia grande apoio da população palestina. A função de monstro fica com as Brigadas Izz ad-Din al- Qassam (líder da revolta árabe de 1936), responsáveis pelos atentados e pelo lançamento de foguetes contra o território israelense. Por não entender bem essa dualidade típica de Dr. Jekyll e de Mr. Hyde, muitos observadores ficaram sem saber o que fazer quando o Hamas ganhou democraticamente as eleições parlamentares palestinas em 2006".

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2044/artigo122638-3.htm


A Educação conforme o Hamas

sábado, 24 de janeiro de 2009

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

O conflito do Hamas em cores, artigo do embaixador de Israel no Brasil

O conflito do Hamas em cores

Giora Becher, Embaixador de Israel no Brasil

Publicado no Jornal do Brasil em 09 de janeiro de 2009


O mundo livre ficou chocado quando terroristas explodiram trens e um ônibus em Londres e Madri, e transformaram os dois prédios mais altos do mundo em uma pilha de detritos, em Nova York. Todos concordaram que deveria existir uma cooperação internacional conjunta dirigida a ataques terroristas perpetrados por fanáticos islâmicos. A operação de Israel na Faixa de Gaza faz parte da luta mundial contra o terror. Os israelenses têm o mesmo direito básico dos cidadãos de São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília de viverem em segurança em suas cidades e lares, sem estarem expostos aos perigos de foguetes que possam "cair sobre eles" a qualquer momento.


Onde quer que os israelenses estejam, têm meros 15 segundos para correr com suas familias até o abrigo mais próximo e salvar suas vidas. Por oito longos anos, a cidade de Sderot, localizada a apenas 4 km de Gaza, tem vivido assim. Um quarto da população da cidade já saiu. Vocês estariam dispostos a viver sob estas condições, dia e noite, por oito anos, alvos de projéteis lançados pelo Hamas? O povo palestino não é nosso inimigo. Eles são nossos vizinhos. Queremos realmente "construir pontes" de diálogo e esperança de um futuro melhor com os palestinos.


O Hamas é nosso inimigo. Esta é uma organização terrorista islâmica violenta, membro do eixo radical Teerã-Hezbolá. Com sua linha dura de aderência a uma doutrina religiosa extremista, eles não querem fazer nenhum compromisso e não respeitam nenhum acordo. Seu objetivo declarado é o de eliminar o Estado de Israel e assassinar todos os seus cidadãos. O Hamas já explodiu ônibus lotados de passageiros em Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. O Hamas enviou terroristas suicidas para assassinar centenas de israelenses em muitos locais. Como vocês agiriam se uma organização terrorista brutal fosse enviada para matar civis e crianças em seus restaurantes e ônibus? Além do mais, o Hamas não é apenas inimigo de Israel, mas inimigo de todos os árabes moderados.


Pouco tempo atrás, quando o Hamas tomou Gaza à força, seus homens não se importaram quando jogaram seus opositores políticos, que apoiavam a Autoridade Palestina, do alto de prédios. Muitos foram mortos pelo fogo do Hamas, enquanto o poder era tirado das mãos do presidente Abbas. Os palestinos moderados conhecem a amarga verdade sobre o Hamas. Eu gostaria que vocês soubessem a verdade também. O Hamas é uma encarnação do pior pesadelo da região. Ele não representa o desejo nacional palestino de independência, porque se opõe à "solução de dois Estados", isto é, um Estado israelense e um palestino vivendo lado a lado em paz e segurança. Ao invés disto, defende a idéia de um Estado islâmico fanático que seria estabelecido sobre as ruínas do Estado judaico. O objetivo do Hamas não é estabelecer um Estado palestino e nunca foi. Pelo contrário, seu objetivo é a destruição do Estado de Israel, pura e simplesmente. Se uma organização terrorista quisesse a destruição de seu país como condição de parar com a agressão violenta, vocês balançariam a cabeça e diriam: "amém"?


No verão de 2005, Israel retirou-se de Gaza completamente. Aos palestinos foi dada uma histórica oportunidade de mudar seu destino e fazer com que Gaza se tornasse um milagre econômico, nacional e cultural. Com uma ajuda internacional maciça, eles poderiam ter transformado Gaza em um paraíso. Mas o Hamas tomou o controle e transformou Gaza em um antro de terrorismo e opressão. Ele violou todos os acordos de cessar-fogo com Israel, contrabandeou foguetes fabricados no Irã através de túneis na fronteira e ignorou as necessidades humanitárias básicas da população civil palestina. Qual é a fórmula certa para responder ao fogo direcionado contra suas casas com o intuito de te matar? Seria certo responder com 8 mil foguetes direcionados às casas dos atacantes? Qual é a aritmética moral correta? O Hamas dispara contra nossos civis a partir de seus esconderijos entre sua própria população civil. Eles se encolhem entre crianças, em mesquitas e hospitais, esperando que Israel responda para que possam posar de vítimas na imprensa mundial. Israel sabe lidar com isto bem melhor do que qualquer exército no mundo, que já se encontrou em circunstâncias bem menos difíceis.


Há aqueles entre a mídia mundial que caem facilmente nas armadilhas de falsas fotos. Peço que não sejam convencidos. Apesar da luta contínua, Israel se esforça para transferir ajuda humanitária para Gaza. Quase todos os dias, aproximadamente 80 caminhões descarregam toneladas de alimentos e medicamentos nas passagens da fronteira para serem transportadas até Gaza. A Força Aérea de Israel investe esforços tremendos para evitar atingir civis. Em suas reuniões, 80% do tempo são dedicados a discutir maneiras de atingir alvos terroristas conhecidos sem atingir civis inocentes, como jogar folhetos do ar dizendo aos residentes quais áreas estão para ser bombardeadas. Vocês conhecem qualquer outra Força Aérea no mundo que toma tais medidas em tempo de guerra? Nosso pessoal telefona para casas em Gaza, avisando aos civis inocentes o que está para acontecer com um prédio que aloja um quartel general do Hamas ou armazena foguetes. Apesar de todos os nossos esforços, nem sempre obtemos sucesso.


As casualidades civis são profundamente sentidas. Erros ocorrem até em tempos de paz, quanto mais na guerra. Nossa guerra contra o Hamas tem o objetivo de proteger as vidas de nossos cidadãos que moram no Sul de Israel, mas é bem mais do que isso. Pode proteger o processo político e a chance de paz entre Israel e os palestinos, chance esta constantemente "torpedeada" pelo Hamas. Tem também o intuito de evitar que esta região caia em um abismo de fanatismo e hegemonia iraniana. É parte da luta legítima contra o terrorismo e extremismo assassino. Se vocês se colocarem por um momento em nossos lugares e entenderem as dificuldades passadas pelos israelenses, vocês poderão ter um retrato colorido da situação real


Reproduzido de: B'nai B'rith PRESS ESPECIAL 13 de Tevet 5769 9 de Janeiro de 2009


Jornal Alef - Edição Especial - Sexta-feira, 09 de janeiro de 2009 - Um mundo surdo, gago e míope.

Sexta-feira, 09 de janeiro de 2009

EDIÇÃO ESPECIAL

Um mundo surdo, gago e míope

Mauro Wainstock, diretor do Jornal ALEF

O mundo do terror que Israel está enfrentando não é apenas físico mas ocorre, principalmente, em duas áreas distintas: a da psicologia e a da educação. Que estão intimamente ligadas. Em um mundo pluralista, com raízes, cultura e interesses próprios, cada opinião é emitida de acordo com valores prévios, informações convenientes e modismos efêmeros. O desafio está em explicar o diferente; em conciliar com o desconhecido; em negociar com o estranho.

Mas quando lidamos com o mundo gago, repetitivo, que fala em genocídio e desproporcionalidade, de maneira tão constante quanto hipócrita; tão convincente quanto cínica, e que reluta em ouvir as palavras paz e justiça, ele se transforma no mundo surdo, mais pela inércia e pelo desconhecimento, do que pela deturpação proposital da inegável racionalidade. Que apelida o terrorismo de resistência, e qualifica a morte como bênção divina. É o verdadeiro mundo míope. Vencer a guerra é conseguir fazer com que o mundo da paz acorde o mundo consciente e, juntos, eliminem o mundo irracional.

Mundo míope: educação para o terror

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Alguns questionamentos sobre o conflito


Com quem Israel deve negociar a paz ? Com o Hamas... que não reconhece a sua existência, ou com o Irã, que quer “apagá-lo do mapa” ? Você já presenciou uma negociação do presidente Lula com narcotraficantes de alta periculosidade no Palácio do Planalto ? Enquanto representantes brasileiros tentam "importar" a guerra para o mundo pacífico, o diplomata brasileiro Sergio Vieira de Melo é explodido em um atentado com um caminhão-bomba islamita na embaixada da ONU e outro brasileiro, o engenheiro João José Vasconcelos, foi sequestrado e assassinado covardemente pelos êmulos do Hamas - apenas para citar dois exemplos recentes. O justo seria terrorismo de estado ou terrorismo contra estados legitimamente constituídos, como o Brasil e Israel ?

Por que o mundo não apela para que a Espanha dialogue com o ETA, a Colômbia com as FARC, a Turquia com o PKK curdo, os EUA com Bin Laden...

Em quem Israel deve confiar ? No Hamas, que ainda não cumpriu o acordo feito sob as bênçãos da ONU para devolver o soldado Gilad Shalit, sequestrado há mais de dois anos na fronteira com Gaza ? Ou no Hamas que, durante os seis meses do cessar-fogo, continuou disparando milhares de foguetes contra cidades israelenses, leia-se civis, e que não aceitou prorrogar a trégua ? Ou no Hamas, que nunca teve piedade ao explodir restaurantes e ônibus lotados em Tel-Aviv, Haifa e Jerusalém e que também é inimigo de inocentes cidadãos palestinos e dos árabes moderados - que são impingidos a não concretizar a paz com Israel ?

Interesses eleitorais na guerra ? O que os dirigentes de um país de bom senso devem fazer quando cerca de um milhão de cidadãos estão diariamente, há vários anos, sob a mira de milhares de foguetes ? Quais são os interesses eleitorais que podem existir quando o governo e a oposição estão em consenso quanto à importância de silenciar o terror imediatamente ? Quando o mundo vai perceber que, quando se trata de Israel, a única política que vigora é a preservação do único Estado Judeu, aprovado pela ONU há apenas 60 anos ? Como dizia David Ben Gurion, “Israel pode ganhar 50 guerras e nada acontecerá a seus inimigos. Mas, perdendo uma, esta será a última”.

Funeral do soldado Nitai Stern, em Jerusalém

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Interesses comerciais com a guerra ? Israel gasta US$ 560 milhões por semana com o conflito. E perde outros milhões com o turismo. Outros milhões com a segurança. E tudo isto em plena crise financeira internacional... Mais: Israel perde vidas, o que é para ele é inconcebível. Por outro lado, a indústria do terror produz uma infinidade de mártires, ganha milhares de adeptos com o pseudo-marketing, mobiliza bilhões de dólares em todo o mundo, enche o bolso de líderes corruptos...

Um Holocausto ? Só se for de críticas orquestradas contra Israel. Será que, ao realizar experiências mórbidas e exterminar milhões de inocentes, apenas para criar a suposta “raça pura”, a Alemanha nazista realmente estava apenas se defendendo - como Israel faz hoje ? Você soube de algum judeu que lançou um foguete sequer contra cidades alemãs antes, durante ou depois da ascensão do nazismo ? Conheceu algum judeu que, algum dia, declarou que tinha como objetivo exterminar todo o povo alemão ? Ou que pretendia doutrinar as crianças judias para terem ódio mortal e eterno dos alemães ? Ou que atacou algum alemão em qualquer lugar do mundo ? Alemão é diferente de nazista !

Por que, quando se fala de palestinos, a mídia não distingue claramente cidadãos inocentes de terroristas sanguinários, mas fala sempre em “causa palestina” ? A “causa” é um legítimo Estado seguro e em paz, ou é a constante matança gratuita, ordenada por seus líderes, e ainda não condenada pelo mundo, com o único propósito de eliminar Israel ? Palestino é diferente de terrorista !

"O bom Deus, que limitou a inteligência humana,
bem que poderia ter limitado também a estupidez"

Konrad Adenauer, ex-primeiro-ministro alemão

Quanto tempo os judeus tiveram que esperar para o mundo dito civilizado se mobilizar durante a II Guerra Mundial ? O tempo necessário para exterminarem 6 milhões de inocentes vidas judaicas. É “proporcional” esperar de novo este tempo ? É “proporcional” que civis israelenses esperem ainda quanto tempo para que os foguetes que hoje atingem suas casas acertem seu coração - apenas para o jogo terminar empatado ? É “proporcional” que o Exército israelense invista bilhões em armamentos de precisão cirúrgica e avise previamente sobre os ataques que vai realizar, tentando com isto evitar a morte de civis palestinos, enquanto os sádicos terroristas aproveitam estas mesmas informações para enfileirar propositadamente inocentes na frente dos canhões, guardar bombas em quartos de hospitais, armamentos em mesquitas e granadas em cheches ? É “proporcional” que Israel eduque seus filhos para o futuro, enquanto os terroristas construam o futuro de mais uma geração... de suicidas ?

Você sabia que 10 mil projéteis foram lançados pelo Hamas contra cidades israelenses desde 2001 ? E que, desses, 6,5 mil foram disparados depois de Israel ter saído totalmente da Faixa de Gaza, em 2005, na esperança de obter a paz ? Como crescerão as crianças israelenses que, sob tensão, tiveram que aprender a usar pagers para serem alertados várias vezes por dia sobre um iminente ataque de foguetes ? Quanto tempo ainda milhares de civis israelenses, muitos dos quais bebês e idosos, vão correr apavorados para tentar chegar em 15 segundos aos bunkers e rezar por sua sobrevivência ? Quantos civis israelenses serão obrigados a abdicar do trabalho, do estudo, do lazer, da normalidade do dia-a-dia para poderem ser chamados pela mídia de vítimas, pelo menos esporadicamente, ao invés de serem os permanentes vilões ? Israel deve aceitar quantas mortes e sequestros de civis para começar a reagir ? E quantos foguetes devem cair, mesmo sem vítimas fatais, para ser o momento de se manifestar... com justiça ?

Destruição na cidade israelense
de Beer Sheva: onde está a mídia ?

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Por que até agora nenhum país que critica Israel abriu suas portas para acolher, com todo carinho, estes “indefesos” terroristas ? Alô Hugo Chavez !

Por que o Egito, quando assinou o tratado de paz com Israel, não aceitou o território de Gaza como parte do acordo ?

Por que os palestinos não aceitaram a oferta de Israel de um Estado independente, com o controle total de Gaza, proposto por Ehud Barak a Yasser Arafat ?

Por que o mundo custa tanto a admitir que Israel não inicia guerras, mas mesmo assim está sempre disposto a negociar e a ceder – como fez com o Egito e com os próprios palestinos liderados por Arafat ?

O primeiro-ministro israelense Ehud Olmert
visita um soldado ferido por foguetes do Hamas

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Por que o mundo não contabilizou diariamente quantos civis palestinos e membros do oposicionista Fatah foram torturados e assassinados brutalmente quando o Hamas assumiu o poder em Gaza ? E quantos membros do Hamas - acusados de traição - são assassinados ainda hoje pelos seus próprios companheiros, sem a contagem aritmética pela mídia ?

O que o Hamas faz com os milhões de dólares despejados em Gaza, já que sua população não possui condições mínimas de sobrevivência ?Adquire mais e mais armamentos e premia as famílias dos homensbomba ?

Quando a mídia vai perceber que jornalismo se faz imparcialmente, deixando as opiniões para o editorial ?

Por que os "humanistas" de plantão, especialistas em diabolizar Israel, que surgem como técnicos de futebol em ano de Copa do Mundo, e políticos em época de eleições, não alertam para as “areias movediças” do mundo selvagem, como a divulgação de fotos deturpadas, informações manipuladas e declarações teatralizadas ? Você sabia, por exemplo, que o canal France 2 divulgou mortes que aconteceram no dia 05 de Janeiro de 2009, teoricamente provocadas pelo Exército de Israel, quando, comprovadamente, elas ocorreram no dia 23 de setembro de 2005, como resultado da explosão acidental do caminhão que transportava armamentos do Hamas ? A France 2 admitiu que foi enganada pela propaganda palestina... Você se lembra da morte da menina Huda Ghaliya, que na mídia foi atingida por Israel e na realidade por armas terroristas ?



Quantas gerações serão necessárias para os palestinos entenderem a histórica frase de Golda Meir: "Não odeio os árabes por tentarem matar nossas crianças; os odeio por nos fazer matar suas crianças. Não haverá paz com os árabes enquanto eles nos odiarem mais do que amam suas crianças".

Crianças palestinas vítimas do terror: aprendendo o verbo odiar antes do amar

Quando o Irã e o Hamas vão implementar algo parecido com a declaração de independência de Israel, que desde 1948 é taxativa: “Nós estendemos a mão da amizade, da paz e da boa vizinhança a todos os Estados que nos avizinham e a seus povos”. E quando alguém vai passar uma borracha na frase “Israel continuará existindo até que o Islã o apague”, que consta em letras maiúsculas no “Pacto do Hamas” desde a sua criação ?


Quando a ONU vai entender que Israel é um país a ela filiado e o Hamas um dos grupos que aterrorizam a ordem mundial ?

Será que a ONU tem tamanha ingenuidade a ponto de acreditar que o terrorismo contra Israel é tão somente por um pedaço no mapa mundi ? Será que ela realmente não percebe que, por trás de tudo isto, há o doentio e incontrolável desejo de eliminar o único Estado Judeu, custe o que custar, e a intenção de criar mais uma fanática e opressora República Islâmica ? Até quando a ONU vai fingir que não ouve as ameaças, verbais e expressas, neste sentido, feitas diariamente pelo Irã e pelo Hamas ? Quando o mundo vai repreender de fato este terror psicológico, e físico, com eficazes sanções comerciais, diplomáticas etc ? Quando vai proibir que poderosos armamentos bélicos sejam contrabandeados por seus filiados a grupos considerados terroristas ? Quando vai publicar uma resolução para que o Sudão interrompa imediatamente a carnificina que já matou 300 mil cristãos, que dê um basta à tirania assassina de Ruanda e encerre de vez com os conflitos entre as 300 tribos que se entredevoram na muçulmana Somália ? Enfim, quando vai transformar propostas inócuas e paliativas em uma solução de paz definitiva ?

Quantas vezes a ONU criticou publicamente ataques antissemitas que vem ocorrendo há décadas contra entidades judaicas em vários países – muito antes do atual conflito ? Ou será que Israel será sempre declarado culpado pelo simples fato de existir e isto autoriza/justifica pichações, incêndios e é, por si só, um sinal verde para aterrorizar e matar judeus em sinagogas e cemitérios no mundo inteiro ? A “Noite dos Cristais” começou assim...

Por que a ONU não reconhece publicamente que o Hamas está cometendo
três crimes simultaneamente: disparando foguetes contra alvos civis,
utilizando sua população como escudo e pregando a destruição de um país membro de sua própria entidade ?

O mundo da inteligência precisa encontrar urgentemente o mundo da ação – e da conciliação. Que o mundo da paz possa comemorar algum acordo definitivo no Oriente Médio e que as palavras “Shalom” e “Salam” sejam realmente sinônimas de harmonia, convivência e civilidade no mundo do futuro