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Documentário inédito: Kristallnacht 70 anos (A Noite das Vidraças Quebradas). produzido pelo Departamento de Comunicação da FIERJ - Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, fruto de dois anos de pesquisas de imagens e digitalização, reunindo um número sem precedentes de imagens dos dias 9, 10 e 11 de novembro de 1938, mais de10 minutos de fotos e filmes, pemitindo ter uma nova leitura sobre o que aconteceu com nossos irmãos na Alemanha, Áustria e Tchecoslováquia. Em geral tudo o que se encontra sobre a Kristallnacht se resume a uma ou outra foto bem "batida" e algumas linhas de texto e narração, como se fora um episódio menor na história da Shoá, (Holocausto) e não a marca trágica de seu início. Mas aqui, Você verá um grande número de sinagogas atacadas, agora identificadas por nome ou localização, além de imagens impressionantes de milhares de homens judeus presos no dia 10, e a inequívoca primeira página do New York Times do dia 11 mostrando a tragédia em Viena. Uma das nossas características como povo é não permitir o esquecimento.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

6ª feira 05/12/08 Sandra Samuel: uma heroína em Mumbai.

Reproduzido da newsletter da Federação Israelita do Rio Grande do Sul

Fico tentando imaginar a situação. Os terroristas invadiram o Beit Chabad e todos lá dentro temeram que isto poderia significar seu fim. Rabino Gavriel Holtzberg fez contato com o Consulado Israelense. "A situação não é boa" foi só o que conseguiu pronunciar antes que a linha fosse cortada. Estas foram suas últimas palavras.

Segundo os repórteres que encontraram os corpos, ao que tudo indica Rivka foi assassinada primeiro. Ao ser encontrada, ela estava coberta, enrolada em um talit. Este provavelmente foi o último ato de Gavriel, cobrir sua amada esposa, antes de também ser brutalmente morto.

Mas onde estava Moshe? Onde estaria seu filhinho? Esta é uma dúvida que me corroia.

Estaria ele com seus pais? Não me pareceu, pois estes assassinos não teriam a menor pena da criança. Estes mesmos terroristas haviam atacado a maternidade em um hospital. Eles certamente não tinham nenhum sentimento por bebês.

Imagino que Moshe estivesse em sua cama, talvez seu berço, onde dormiu a noite em algum outro andar do prédio. Pois ao ser encontrado, estava abraçado a um boneco. Talvez o mesmo que costumava levar para a cama ao ir dormir.

Penso em Rivka e o que devia ter passado pela sua mente naqueles momentos terríveis. Encontrariam seu bebê? Matariam ele? Deveria mencionar que ele estava ali? O que iria acontecer quando ele acordasse? E se ele começasse a chorar? Havia alguma coisa que ela pudesse fazer para salvá-lo? Nunca saberemos o que passou pela sua cabeça. Mas toda mãe sabe que seus últimos pensamentos foram direcionados a seu querido filhinho.

Um dos únicos confortos de toda esta tragédia que tirou a vida de 183 vítimas inocentes é o pequeno Moshe que foi salvo heroicamente.

O pequeno Moshe chamou seu nome
Quando uma mãe deixa seu bebê sob os cuidados de outra pessoa,, seja por uma hora ou um dia, isto requer uma tremenda dose de confiança. Rezamos para que a criança fosse bem tratada e entregue a sua família, quando as cenas estavam se desenrolando. Mas quantos de nós poderia afirmar que em uma sitiação destas, de risco de vida, a babá arriscaria sua vida para salvar o menino? Quantos de nós imaginaríamos que na hora a babá não mediria esforços para salvar o bebê?

O casal Holtzberg foi abençoado com esta moça, corajosa e heroína. Não resta dúvidas que se não fosse pelo espírito de lealdade, coragem e bondade de Sandra Samuel, a babá de Moshê, ele não teria sobrevivido a este terrível massacre. Sandra estava no piso térreo do Beit Chabad quando os terroristas invadiram o local. Ela fez barricadas para se proteger das balas e bombas que estavam explodindo, e as quais ouvia acima de sua cabeça. Ela não saiu de seu esconderijo até o dia seguinte, quando parecia que os ataques haviam cessado. Foi só então que ela escutou Moshê chorando, chamando seu nome. Ela poderia facilmente ter escapado, salvando sua vida. Seria compreensível numa situação destas. Afinal de contas, os terroristas não sabiam que havia alguém ainda vivo lá dentro. Se tivessem escutado o choro, voltariam para acabar o serviço. Teria feito senso sair correndo o mais rápido possível. Mas não foi o que fez. O pequeno Moshe estava chamando seu nome. Ela deixou seu quarto, a barricada e subiu as escadas ao encontro de Moshe. Encontrou-o próximo de seus pais, encharcado de sangue. Ela o agarrou e correu.

Milagrosamente, os terroristas que ainda estavam no telhado do Beit Chabad nada escutaram ou viram; nem a ela nem ao Moshe. Milagrosamente este órfão sobreviveu por causa desta babá que arriscou tudo para salvá-lo.

O pequeno Moshe que completou dois anos neste Shabat está agora com seus avós maternos . Eles vivem em Israel onde já cuidam do irmão mais velho de Moshe que é doente e se encontra em tratamento. Não muito tempo atrás Moshe também perdeu outro irmãozinho por uma doença geneticamente degenerativa. Estão trabalhando para obter um visto para Sandra poder acompanhá-los a Israel. Neste momento, o menino só responde a ela.

Quando Moshe crescer saberá tudo o que ocorreu nesta tragédia com seus pais. Qualquer que seja a sua idade, tentará achar o que levaria a toda esta brutalidade, a morte de seus entes mais queridos. Mas não terá capacidade de entender. Ninguém de nós tem. E por mais amáveis que sejam seus avós, eles não são seus pais.

Mas em meio a dor e perda, ele também ouvirá os relatos sobre o trabalho incrível realizado pelos seus pais, shluchim de Chabad, das inúmeras vidas que tocaram e pessoas que ajudaram. E será abençoado pelo conhecimento de que sua babá, a mulher que seus pais confiaram para tomar conta dele, foi quem lhe deu o maior presente e arriscou tudo pelo seu bem estar. Nada aplacará a dor e a perda que Moshe vivenciou. E nada preencherá o vazio que Gavriel e Rivka deixaram ao serem tirados deste mundo. Mas Sandra Samuel é uma luz no meio desta escuridão. Ela é a prova que enquanto pessoas mostram toda sua maldade, outras mostram toda sua grandeza e beleza.
Sandra Samuel é uma verdadeira heroína.

http://www.firs.org.br/artigos/sandra-samuel-uma-heroina-em-mumbai.aspx

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