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Há os que negam a Israel o direito básico de autodefesa, pura e simplesmente.
Como escreveu Robert Fisk no jornal inglês The Independent e concordaram inúmeros bloguistas,
“os foguetes caseiros do Hamas mataram apenas 20 israelenses em 8 anos”. São os mesmos que lamentaram que “só morreram 160 israelenses na Segunda Guerra do Líbano”. Que número de judeus mortos seria capaz de saciar o seu apetite?
Os muitos feridos graves, as dezenas de milhares de vítimas de estresse pós-traumático, um terço das crianças nas cidades fronteiriças a Gaza que sofrem de distúrbios do aprendizado – nem falar. O temor de ser assassinado ou mutilado a qualquer momento, os danos materiais e econômicos – nem pensar.
Desde 2001, foram lançados mais de 4000 mísseis e foguetes, sem contar outros milhares de morteiros, contra a população do sul de Israel – a maior parte após a retirada completa de Gaza em agosto de 2005 (já no primeiro ano, um aumento de 500% em relação ao anterior).
Assim como, ao longo dos séculos, o anti-semitismo floresceu até mesmo onde não havia um judeu sequer, o mito da “resistência contra a ocupação” persiste onde não restou nenhum israelense, civil ou militar. O objetivo declarado do Hamas de obliterar o Estado Judeu é irrelevante.
Há os que negam a Israel o direito de autodefesa eficaz, criticando o uso “excessivo e desproporcional da força” – países como a França, a Espanha, o Brasil e outros. O uso errôneo do argumento da proporcionalidade fere tanto a lógica quanto a lei internacional.
Se Israel, a exemplo do Hamas, lançasse dezenas de mísseis por dia indiscriminadamente contra cidades, mas com a precisão de que dispõe causando a morte de um número inimaginável de civis palestinos, isso seria proporcional? Ou teria de errar o alvo de propósito?
Rosalyn Higgins, presidente da Corte Internacional de Justiça, explicou em seu livro Problemas e Processo que a proporcionalidade “não pode ser [medida] com relação a nenhuma lesão precedente específica, e sim com relação ao objetivo legítimo de por fim à agressão”. Ou seja, a proporcionalidade é função da força necessária para impedir os danos que o agressor pretende causar, e não dos danos já causados.
Os que insinuam um crime de guerra inexistente por parte de Israel são os mesmos que ignoram cinicamente o duplo crime de guerra cometido pelo Hamas, que tenta massacrar civis israelenses ao mesmo tempo em que usa os civis palestinos como escudos humanos.
Continuam a cair mais mísseis em Israel do que antes do início da operação aérea. Ontem o governo israelense rejeitou a proposta francesa de uma trégua de 48 horas, e Moshe Arens, ex-ministro da defesa em três governos (além de ministro do exterior), publicou no Haaretz o artigo “Sete maneiras (só uma eficaz) de acabar com os mísseis”. Concluiu que “a perspectiva de forças terrestres entrando em Gaza não é muito atraente, especialmente depois que nos disseram que ‘havíamos saído de Gaza para sempre’. Mas ninguém encontrou até hoje uma maneira de derrotar um inimigo sem invadir o seu território ... Se quisermos derrotar o Hamas e por um fim à chuva de mísseis contra os civis israelenses, é isso o que teremos de fazer.”
Reproduzido de: Notícias da Rua Judaica - edição 102 - Domingo, 04 de Janeiro de 2009
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