"Do lado israelense da fronteira, os brasileiros também enfrentam dias de tensão, mas têm para onde fugir quando sirenes alertam sobre os foguetes disparados pelo Hamas. Nesses momentos, correm até o chamado quarto protegido – um cômodo de concreto, com porta e janela blindadas –, existente na maioria das casas no país. É num desses bunkers domésticos que o mestrando em física Yair Mau, 26 anos, um israelense naturalizado brasileiro, vem passando as noites na cidade de Beer Sheva, a 40 quilômetros de Gaza. “Fizemos do quarto protegido um escritório, onde ficam a mesa de estudos, o computador, etc.”, explica. Durante a entrevista à ISTOÉ, a sirene tocou duas vezes"."Também em Beer Sheva, a paulistana Tatiana Presch, 26 anos, que faz mestrado em engenharia industrial, conta que já se acostumou a ouvir o alarme: “O que me dá medo é o ‘bum’ dos mísseis. Um desespero.” Ela conta que suas aulas foram canceladas e que passa a maior parte do tempo em casa estudando, vendo tevê e navegando na internet. “O abastecimento da cidade continua normal. Os supermercados criaram um serviço de entregas para evitar que as pessoas saiam de casa.” Nos fins de semana, Tatiana tenta viajar com o namorado, o também paulistano André Hamer, 26, que trabalha na cidade. Ele conta a tensão vivida pelo casal no dia 31 de dezembro: “Por volta das 23h30 ouvimos uma explosão muito forte. A casa toda tremeu e percebemos que um foguete havia caído muito próximo de nós. E, daquela vez, a sirene não funcionou!” A dona-de-casa paulista Maria Heloiza de Almeida Prado, 44 anos, que está morando em Karmiel, ao norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano, fala de seu medo: “A hostilidade dos árabes aumentou muito, mesmo na nossa região, com bandeiras e palavras de morte ao povo judeu.”
Adriana Prado e Maíra Magro Colaborou Camila Pati





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